quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Um dois três

Um dois três
E lá se foi um mês
Quatro cinco seis,
E continuas aos papeis
Sete oito e nove
Tudo muda e nada se move
O tempo voa
O tempo passa
Continuamos a toa
Todos sós em massa

Um-dó-li-tá
Hoje?
Ou o ontem de amanha?
Ir? Ficar?
Agir?
Esperar?
Fazer ou pensar?
Será a hora?
Será agora?

A certeza é duvidosa
A dúvida é certa
Voz ruidosa
Que prende a mente liberta
Certo é o fim
Depois de começar
Sempre foi assim
E assim vai acabar

Porquê ficar se se pode ir?
Porquê ir se se pode ficar
Porquê mudar se se pode manter?
Porquê se manter se se pode mudar?
Porquê caminhar se se pode correr?
Porquê correr se se pode caminhar?
Decisões a tomar
Caminhos a escolher
Leve onde te levar

É o que se vai viver

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A designar ....

Tempo “sui generis” em que se vive
Em que distinto é prática corrente
Tudo da mesma forma a tentar ser diferente


Cada individuo e seu esforço na individualidade
Com tentativas idióticas de estabelecer desigualdade
E a caminhar a passos largos até a banalidade


Possuir e aparentar estão a um patamar superior
Em uma diferente ordem, uma diferente hierarquia
Tudo bem organizado em sua mais perfeita anarquia
Onde ser toma seu lugar na secção de baixo valor


Tempos estes em fúteis tentativas esbanjados
Pores-do-sol a cada esquina abandonados
Brisas de primavera leves e serenas desaproveitadas
Silêncios de uma noite estrelada de verão
E sua lua gigante a banhar a terra de seu luar
Livres e soltos no ar, com poucos para os admirar
Tudo isso é trocado prescindindo de reflexão
Por meio minuto no centro da atenção


Triste sociedade rodeada do que não pára para ver
Com imensas saídas, escolhas e opções
Desperta mundo para o mundo que está a acontecer
Vê, vive e exulta todas as sensações
Neste pequeno tempo que nos deram para o fazer

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Palavras não ditas

Palavras não ditas
Sentimentos reprimidos
Provocam dores malditas
E peitos comprimidos

Doi-me coração
Magoa este sentimento
Querer dizer algo
E não dizer
É um tormento
A dúvida não é solteira em culpa
O medo por si só não é desculpa
Não sei
Não sei
Doi este sentimento
Apenas desaparece naquela momento
Ao som de sua voz
Na brisa de seu perfume
Para o tempo
Para o mundo
Para o cérebro de trabalhar
É um momento de admirar
E então vem a espera
Do momento
Do perfeito
Do sinal
Daquele clique em que tudo acelera
E dá confiança ao falar
Aquela palavra
Aquele conjunto de movimentos
Aquele contexto
Que não chega
Ou se chega por baixo do nariz passou
E continua a espera
E o tormento
Daquele grande sentimento
A querer sair de sua clausura
E a rebentar a qualquer momento.